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E essa tal de resistência antimicrobiana?

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Microbiology testing.

Muito se tem falado em resistência antimicrobiana, como um atual e importante desafio em saúde pública. As bactérias possuem uma alta capacidade de adaptação e desenvolvimento de mecanismos capazes de driblar a ação de antibióticos (ANVISA, 2018). Além de gerar altos custos para as instituições de saúde e/ou pacientes, esta situação representa grande risco para o homem, principalmente para pessoas que se encontram hospitalizadas e com maior vulnerabilidade, levando inclusive a desfechos como sepse e óbito.

Emprega-se comumente a nomenclatura de “Superbactérias” àquelas que se tornam amplamente resistentes a diferentes fármacos empregados, até mesmo aos mais agressivos. Entende-se como bactéria multirresistente aquela cujo perfil não é afetado por medicamentos de três ou mais categorias de antimicrobianos, em vista de mutações e trocas de material genético entre esses micro-organismos (ANVISA, 2018).

As bactérias possuem quatro distintos mecanismos de resistência, sendo eles: alteração de permeabilidade (em que sua membrana se torna impermeável ao fármaco); alteração do sítio de ação do antimicrobiano (em que o sítio de interação do antimicrobiano é alterado, dificultando sua ligação); bomba de fluxo (bombeia-se ativamente o medicamento para fora do meio celular) e mecanismo enzimático (enzimas degradam o antimicrobiano) (ANVISA, 2007).

A origem do problema é relacionada principalmente ao não cumprimento de boas práticas relacionadas ao controle de infecção e à prescrição de antimicrobianos e tratamento realizados indiscriminadamente (ANVISA, 2007; ANVISA, 2018).

Profissionais de saúde, usuários e familiares são atores fundamentais no que diz respeito à luta contra a resistência antimicrobiana. O conhecimento e educação em saúde são de suma importância, como a higienização correta das mãos – tida como passo primordial a fim de evitar a disseminação de micro-organismos e IRAS (Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde); bem como diagnósticos de infecções pautados em critérios e evidências robustos, e, não menos importante, respeitar-se o tratamento de acordo com as doses, horários e duração estipulados (ANVISA, 2007; ANVISA, 2018).

Todos devemos fazer parte desse processo de conhecimento, conscientização e práticas, para juntos ganharmos a guerra travada contra as bactérias resistentes!

Referências

ANVISA. Resistência microbiana. Mecanismos e Impacto Clínico. 2007. Acesso em 14 de janeiro de 2019. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/mec_enzimatico.htm.

ANVISA. Superbactérias: de onde vêm, como vivem e se reproduzem. A resistência aos antimicrobianos é real e já é uma das principais preocupações das autoridades de saúde. 2018. Acesso em 14 de janeiro de 2019. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/noticias/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/superbacterias-de-onde-vem-como-vivem-e-se-reproduz-1/219201/pop_up?inheritRedirect=false.

Karoline de Cássia Mizasse Alani

É bacharela com formação pedagógica em Enfermagem pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) (2016). Mestra em Ciências da Saúde, pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSCar (2019). Cursou também MBA em Gestão em Saúde e Controle de Infecção. Atua na formação profissional em saúde enquanto consultora/instrutora.

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